A escritora Elis Regina Mercadante, é moradora e professora de História e Geografia da cidade de Valparaíso (SP), e criadora do Projeto Acredite que conta com 50 crianças e adolescentes no total.
Elis começou no mundo literário desde o ano de 2017, inspirada por seus avós que ambos são contadores de histórias. Em entrevista para a reportagem do 018NEWS, a autora relatou que a vida de seus avós em Arapiraca, no sertão de Alagoas, não era das melhores condições e o mesmo continuou quando ela nasceu já no estado de São Paulo em Valparaíso e para amenizar a dor contavam histórias da época que viviam no sertão. “Era uma forma de inibir”
De acordo com ela, as histórias eram amadas pela comunidade de Valparaíso (SP), visto que ambos os vizinhos se reuniam para ouvir as vivências e outros contos, naquele momento.
Ainda de acordo com ela, as histórias e os poemas de seu avô serviam de aprendizado, além de treinamento, pois ela transcrevia os contos e poemas. “Eu peguei gosto”
Com suas vivências e as inspirações atribuídas aos avós, a autora fez uma produção em uma escola da cidade e obteve apoio de uma escritora e também professora local.
Em um determinado dia, ao lado de seu avô, Elis teve a ideia de escrever um livro sobre ele. Sendo assim, ela transcreveu os contos do avô para o primeiro livro de sua carreira, em 2017.
Foi ali que a autora sentiu que deveria seguir no mundo literário, pois, após o lançamento do primeiro livro já estava no processo de escrita de sua segunda obra literária, em 2018.
Até os dias atuais, Elis escreveu cinco livros, intitulados de “Essência”, “Vivências”, “Floral das Borboletas”, “A mochila da coelha Quenquella” e “As memórias de Antônio Silvino”.
Ultrapassando fronteiras
Uma de suas criações chegou aos Estados Unidos, pois uma amiga de Ilha Solteira (SP), localizada há 123km de Valparaíso (SP), comprou 15 cópias e mandou para a neta que mora na América do Norte.
O livro foi traduzido, mas a escritora não se contentou e fez a tradução da “A mochila da coelha Quenquella” que ultrapassou fronteiras e está nos Estados Unidos.
Projeto Acredite
No final do ano de 2017, Elis convidou 10 crianças alunas para cantar a música “Acredite”, da cantora Jamily, no lançamento de seu livro.
Depois do encerramento da apresentação, as crianças foram até Elis, perguntando se a interação entre eles continuaria. Elas seguiram cobrando a autora que decidiu fundar o “Projeto Acredite”.
Um ofício foi apresentado para a secretaria de cultura valparaisense e, consequentemente, a primeira casa do projeto foi no “Centro Cultural Maria Dirce de Carvalho D’Avila”
Vinte crianças acompanharam a autora no local, por 4 anos. Contudo no final de 2019, a pandemia de Covid-19 começou no mundo, chegando ao Brasil no mês de março, de 2020.
Sendo assim, Elis se viu obrigada a inovar e o “Projeto Acredite”, continuou remotamente. Ainda período o estatuto nasceu através de Elis e um amigo valparaisense e, em seguida, o projeto foi legalizado. “O Trabalho é sério”
O Acredite conta com uma associação que possui os cargos de presidente, tesoureira, secretária e o conselho fiscal. “Estamos caminhando”
Divisão
Um plano de trabalho foi feito, visando ofertar conhecimento aos jovens que participam do projeto, montando uma estrutura de modalidades como por exemplo a educação financeira e a educação dentária. “Não é brincadeira”
Crianças e adolescentes de 7 aos 18 anos participam do projeto. Elas são divididas em duas turmas, sendo o primeiro de 7 anos aos 11 anos de idade e o segundo dos 12 aos 18 anos de idade.
No entanto, ambas as faixas etárias vivem e convivem nas manhãs de sábado, na rua Francisco Carvalho, nº1220, atual casa do projeto.
Enquanto uma turma está na sala de conhecimento, outra uma está na parte de fora, realizando outro tipos de atividades e com o decorrer do tempo a outra turma vai para a sala e a outra para fora. Contudo, caso Elis opte por duas modalidades no mesmo dia, uma das turmas vai para a sala de informática. “Também dou reforço escolar”.
Foi implementado um sistema de faltas durante os sábados do “Projeto Acredite”, com o efeito de auxiliar no cuidado das crianças e dos adolescentes.
Resultados
Ela acredita que o trabalho realizado gera resultados positivos uma vez que as crianças criam autonomia, potencializam positivamente o caráter e aprendem da mesma maneira. “Eles têm carinho pelo lugar”
Valparaisenses e residentes de cidades próximas entram em contato com autora para doar e colaborar com o projeto, através das redes sociais. Além do mais, pessoas que conheceram as ações de Elis através das redes sociais vão até a sede para conhecer o local.
Como resultado as pessoas se encantam pelo trabalho e bolam a melhor forma de apoiar. “Elas ajudam de coração”
O Retorno
No momento, o projeto está de férias, e, segundo Elis, as atividades vão retornar no dia três de agosto, ou seja, no primeiro sábado do mês.
O projeto existe há oito anos e os interessados em ajudar podem entrar em contato através do Instagram: ProjetoAcredite
